Indiferença positiva: falando mais sobre... em uma busca de descrever verbalmente uma sensação que demorei tanto para sentir com clareza dentro de mim e que funciona como referência em meus comportamentos.
Ser indiferente à dor do outro é desprezível, uma falta de virtude humana.
Porém, saber ser indiferente de forma positiva é se aproximar de mais qualidade de vida!
É saber lidar com sabedoria diante dos limites que existem. O limite que me separa do outro; o limite de responsabilidade que me cabe e que cabe ao outro. O limite que define a liberdade de escolhas do outro.
É saber respeitar a autonomia do outro e não diminuí-lo e, achar que a minha administração seria melhor e mais eficaz que a dele próprio para as coisas da vida dele.
Envolve ter um bom discernimento de que tipo de dor estamos falando, há sofrimentos importantes de serem passados na vida; mas há dores que podem ser minimizadas, e, se eu tiver potência de minimizar, e a pessoa quiser receber ajuda, e eu não o fizer é sadismo.
Mas também existem dores que consigo minimizar e o outro não aceita receber ajuda. E como é para mim, não sofrer por este limite que o outro se e me coloca.
Existem pessoas que delegam a administração da própria vida para outras pessoas; e eu aceitar este papel é me responsabilizar por algo que não é meu e prejudicar o crescimento da pessoa em questão.
Exemplo: uma pessoa insatisfeita no trabalho.
- O quanto eu posso decidir pelo outro, com o que ele pode trabalhar?
Com que direito? É ele que vai acordar todos os dias de manhã para executar.
- Eu posso dar idéias, eu posso conversar sobre o que o realiza e o satisfaz, posso indicar caminhos e pessoas, emprestar roupas para entrevista, dicas do que falar em uma entrevista,... Mas, desde que fazer isso caiba nos limites que as minhas próprias responsabilidades não sejam feridas, que a minha vida continue e eu cumpra o meu existir!
Falar do equilíbrio entre as habilidades e relações é sempre muito difícil, mas este exercício é importante para nos aproximarmos cada vez mais dele!
Marcela Jacob
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