As relações humanas são dotadas de perspectivismo, ou seja, dependendo do ponto de vista eu acesso uma verdade. Com esta premissa, não existiria uma verdade absoluta nas relações.
Tantas pessoas brigam tanto para ter razão, e competem repetidamente umas com as outras (inclusive no trânsito): e eu me pergunto se tem alguém fazendo um placar de quem vai vencer no final, ou quem chegou antes no farol ou em casa, só porque não deu passagem para alguém.
A fofoca segue um pouco este mesmo movimento, eu acesso uma verdade sobre aquela pessoa e quero que mais pessoas a vejam daquela determinada forma.
Quantos casais já atendi que cada um queria que eu tomasse partido de um lado, como se desta forma, o lado "vencedor" não precisasse mudar, pois estava dotado da verdade e da razão.
É sabido que cada pessoa tem uma tendência a enxergar a realidade de uma determinada forma, por exemplo, existem as pessoas que dificilmente assumem responsabilidade, e sempre se colocam como vítima. Ou ainda as pessoas super práticas e donas da verdade que enxergam tudo com ironia. Com certeza estes padrões interferirão na maneira que as pessoas vão interpretar os fatos que ocorrem na relação. Quem é vítima, sempre vai colocar a culpa no outro, independente do que ele fizer ou não fizer.
Na minha opinião, ter uma opinião e querer que ela seja A verdade, me parece pouco. Soa como diminuir o meu acesso a tudo o que está acontecendo. Quanto mais perspectivismo eu conseguir somar de algum fato que vivo, mais conheço esta experiência.
E mais... É importante refletir qual a sua forma de se posicionar na relação, pois ela impacta diretamente no que o outro (que você está construindo algo juntos) vai sentir. E com certeza, se ele se sentir bem com isso, você vai usufruir deste sentimento também.
O desequilíbrio está nas situações que o outro não se sente tão bem, ou se sente diminuído, culpado, exigido,...
Marcela Jacob
Psicóloga
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